Para nós, é impossível pensar na arquitetura moderna brasileira sem a forte influência da Finlândia através da obra genial de Alvar Aalto. Quando buscamos nossas raízes, ou melhor, nossas matrizes referenciais, deparamo-nos com estruturas, concepções de espaço, lógicas construtivas, apropriação de materiais e relação com o ambiente natural e urbano oriundas da experiência finlandesa na arquitetura.
Basta voltar os olhos para uma das obras máximas de Oscar Niemeyer, o Conjunto de Pampulha – mais especificamente o edifício do Cassino – para encontrar Alvar Aalto pulsando nos detalhes, na escolha e encontro dos materiais, na magia do espaço, na recriação da luz.
Brasil e Finlândia, “tão longe, tão perto”, através da arquitetura.
Podemos afirmar que nosso projeto para a Villa Isabella é marcado por uma vontade de aparecer e desaparecer; colocar-se clara e contundentemente na paisagem, no território, e, por outro lado, mimetizar o bosque, camuflar-se, quase sumir, mas nunca se submeter.
A casa deverá se apresentar com personalidade própria na paisagem, mas sem agredi-la.
A integração com a natureza será dosada, calculada; será variável de acordo com cada estação do ano: sob diferentes circunstâncias, os materiais, as cores, os elementos construtivos deverão propiciar diferentes experiências.
Texto: Brasil Arquitetura